Escrito por: TIVIT

Um mercado dinâmico e competitivo, que passa por interferências diretas da transformação digital, assim como de clientes mais exigentes e de diferentes políticas regulatórias, exige que as empresas invistam em soluções e metodologias específicas. O objetivo disso é garantir que as operações sigam conforme a determinação das leis.

É a partir daí que surge a importância de compreender o conceito de GRC, a necessidade de investir no método e as suas implicações para as empresas. De maneira simplificada, esse termo consiste em estratégias que ajudam a estruturar e regular as operações, garantir transparência aos processos, potencializar o desempenho das atividades e diagnosticar possíveis ameaças que podem causar prejuízos.

Quando falamos em ameaças e prejuízos, precisamos lembrar que qualquer negócio que esteja caminhando para um mundo digital precisa saber que a cibersegurança e a privacidade de dados devem fazer parte do negócio. Por esse motivo, a GRC é uma grande aliada.

Mas, afinal, o que exatamente é GRC e qual a sua relação com a cibersegurança? Acompanhe a leitura deste guia completo e conheça a importância desse conceito para sua empresa!

O que é Governança, Risco e Compliance (GRC)?

GRC é uma sigla para Governança, Risco e Compliance (originários do inglês Governance, Risk and Compliance). No próximo tópico, vamos explicar melhor cada elemento dessa tríade. Por ora, vale ressaltar que esses termos se referem, basicamente, a uma estratégia combinada para gerenciar a forma como uma empresa é administrada, bem como ela aborda os riscos e permanece em conformidade com as leis e os padrões. 

Nesse sentido, o objetivo é assegurar que todos os processos de uma organização estejam alinhados e funcionando de maneira integrada entre as três áreas. Isso garante a redução de ameaças, a otimização de oportunidades, a conformidade das operações e demais políticas corporativas previstas nas leis, normas e demais regulamentos existentes.

Dessa maneira, percebe-se que a GRC é, além de um conjunto de medidas práticas, uma definição voltada ao desenvolvimento da ética. Por essa razão, é orientada por quatro princípios básicos, que são aplicáveis tanto em âmbito interno quanto externo. São eles:

  • Transparência;
  • Equidade;
  • Prestação de Contas;
  • Responsabilidade Corporativa.

Tudo isso possibilita que os gestores tenham uma visão macro do negócio, o que, consequentemente, pode otimizar todo o processo de gestão, permitindo uma melhor tomada de decisão e uma boa performance.

Para que o GRC serve? 

À medida que os negócios se tornam cada vez mais complexos, eles precisam de uma forma de identificar e administrar com eficiência as principais operações da empresa. Além disso, é preciso a habilidade de integrar tarefas tradicionais de gestão distintas em um método coeso que aumente a eficácia de processos importantes do negócio.

A GRC consegue fazer isso rompendo os empecilhos e exigindo que as unidades trabalhem de maneira colaborativa para alcançar os objetivos estratégicos da empresa.

A seguir, conheça os detalhes de cada um dos elementos da GRC e saiba para que serve essa metodologia. Confira!

Governança

A governança está relacionada à maneira como as decisões administrativas são tomadas pelos gestores. É uma estratégia que abrange o desenvolvimento e a inserção de políticas e procedimentos internos, com a finalidade de orientar os envolvidos a alcançarem mais clareza, transparência, segurança e conformidade nas operações realizadas nos departamentos da empresa.

Em outras palavras, o objetivo é garantir que ninguém se perca, e que todos atuem em prol de um propósito em comum, a fim de que haja transparência e igualdade em todas as áreas envolvidas. Afinal, se os setores da empresa funcionarem de forma diferente, o desalinhamento pode resultar em problemas.

Por isso, se a empresa não dispor de uma governança eficaz, provavelmente ela estará fadada ao fracasso, pois não terá meios nem dispositivos para apoiar decisões, muito menos para se recuperar de crises.

Risco

A análise de risco compreende a realização de uma vistoria minuciosa das atividades do negócio. Em geral, esses riscos podem ser estratégicos ou operacionais e estão associados a fatores internos, como falhas e erros no processo, ou externos, como cenário econômico.

Com a vistoria, é possível identificar as operações e os procedimentos que precisam de mais atenção e controle, como também a presença de eventuais falhas e outras complicações sérias e prejudiciais à empresa.

Nesse sentido, a gestão de riscos é capaz de antecipar os imprevistos, avaliar os efeitos que eles podem causar e, assim, desenvolver planos de ação para solucioná-los. Isso pode evitar ou, no mínimo, reduzir as consequências negativas que os riscos trazem aos negócios, gerando, consequentemente, uma maior eficiência operacional.

Compliance

A palavra compliance vem do inglês e pode ser traduzida como “conformidade”, ou seja, estar em conformidade com as normas. Essa área se refere à necessidade de as atividades desenvolvidas pela empresa seguirem todas as regulamentações, normas e legislação instituídas, tanto interna (criada pela própria empresa) quanto externa (imposta pelo governo e seus órgãos regulatórios).

Para colocar o compliance em prática, deve ser realizada uma revisão contínua sobre as operações, por meio do monitoramento contínuo para assegurar a adequação da empresa ao contexto em que está inserida.

É importante destacar que a falta de controle e padrões para conduzir os processos incide diretamente na qualidade dos produtos ou serviços da empresa, assim como fica sujeita a maior incidência de riscos e pode implicar em diversos tipos de sanções.

Qual a sua importância na estrutura de gestão das empresas?

É bem provável que, depois de conhecer o conceito e a função da GRC, você já saiba a relevância de adotar essa solução na estrutura de gestão das empresas, independentemente do seu porte e ramo de atuação.

Afinal, o método de Governança, Riscos e Compliance ajuda a minimizar inconsistências entre diferentes setores, em uma percepção que alinha a empresa para atingir objetivos comuns, compartilhados entre os colaboradores, gestores e departamentos. Ou seja, ele não só orienta o caminho a ser seguido, como também garante que todos continuem na mesma direção e no percurso correto, sem se perder ou encontrar obstáculos.

Com o apoio de sistemas especializados, os profissionais podem ter mais clareza sobre a visão do negócio e a detecção de cada elemento relevante para as tratativas dos conceitos englobados no GRC.

Quando falamos em sistemas, nos referimos às tecnologias que permitem integrar dados e processos de maneira organizada, abrangente e com alto nível de segurança, confiabilidade e precisão.

Portanto, a estratégia tem o potencial de fazer o negócio crescer com muito mais estabilidade e segurança. Além disso, a organização passa a ser vista com mais confiança e credibilidade diante do mercado. 

Quais são as vantagens da Governança, Risco e Compliance?

Ao implementar medidas de GRC, a principal vantagem observada é, sem dúvida, a redução de possíveis ameaças e danos causados por fraudes e desvios. Porém, os benefícios vão muito além.

Essas práticas asseguram que a empresa esteja no caminho certo e percorrendo uma direção segura. A seguir, conheça as principais vantagens adquiridas a partir da aplicação da GRC dentro das organizações.

Redução de custos

As soluções de GRC podem reduzir significativamente os custos das empresas, porque, além de prevenir falhas por causa da inconformidade nas operações, elas trazem mais efetividade nos processos e gastos focados nos maiores riscos. Além disso, diminui a probabilidade de penalidades por descobertas de auditoria e violações de conformidade.

Mais segurança e eficiência nos processos

As empresas que atuam colocando em prática a estratégia de GRC apresentam uma melhor orientação e mais clareza das informações do negócio como um todo. Dessa forma, elas conseguem integrar os setores com facilidade e melhorar a comunicação e a produtividade dos colaboradores. Assim, eles podem desempenhar o trabalho com eficiência e segurança.

Transparência nas operações

Outra vantagem que a GRC proporciona é a transparência dos processos que ocorrem dentro da empresa, fato que garante mais credibilidade e confiança para os clientes, parceiros e investidores. Por isso, o procedimento é fundamental para a relação do negócio com os stakeholders — tanto internos quanto externos.

Otimiza produtividade

O GRC também otimiza a produtividade da organização e dos que atuam nela. Afinal, com todos os setores integrados e focados em um único objetivo, as chances de falha e retrabalho são minimizadas, o que garante uma maior eficiência para a empresa.

Vale lembrar que, quando os colaboradores compreendem o que devem fazer, como serão avaliados e o modo como sua atividade condiz com a empresa, é mais fácil executar as tarefas com segurança. O resultado disso é, certamente, mais produtividade.

Melhora da comunicação entre todos os profissionais 

A comunicação precisa é um dos princípios que ajudam a empresa a difundir a prática de governança, riscos e compliance. Afinal, todas as normas, os códigos de conduta e as necessidades do negócio ficam bem definidas. 

A partir disso, todos os profissionais conseguem estabelecer uma troca verdadeira, prezando pela clareza de informações e pela eficiência dos processos. 

Redução de conflitos 

A simultaneidade de ideias e atitudes entre todos os envolvidos na empresa é fundamental, e essa integração é capaz de eliminar interesses e necessidades pessoais, colocando todas as pessoas da empresa em busca de objetivos comuns. Por isso, com o GRC também há a redução de conflitos e desentendimentos, principalmente entre proprietários, acionistas e gestores. 

Como implementar o GRC?

Agora que você já entende o conceito e a importância da metodologia de Governança, Riscos e Compliance, é hora de saber como aplicá-lo em sua empresa.

Antes de mais nada, a implementação consiste em adotar diversas medidas restritivas que podem, até mesmo, exigir da empresa uma mudança de mentalidade e cultura organizacional. O processo, de modo geral, é complexo, requer muitas análises, perspectiva de mercado e uma postura atenta às transformações.

Vale lembrar que não existe um manual definitivo para isso, mas algumas diretrizes gerais para serem seguidas. Para ajudar nessa missão, elaboramos um passo a passo de como aplicar a GRC em sua empresa. Veja:

  • faça uma análise do seu negócio;
  • realize um mapeamento dos padrões esperados para atividades, processos, produtos e serviços;
  • procure saber quais são as obrigações e legislações que a empresa precisa se adequar;
  • defina as metas e os objetivos;
  • crie um conjunto simplificado de processos para abordar questões de governança, risco e conformidade;
  • treine os colaboradores e deixe as regras claras a todos os envolvidos;
  • monitore e avalie os processos.

Colocando todas as dicas em práticas é possível desfrutar dos benefícios abordados anteriormente. Lembre-se de que uma estratégia de GRC eficaz ajuda no funcionamento interno da sua empresa, tornando-o mais organizado, coeso e eficiente.  

Qual a relação entre o GRC e a cibersegurança?

Como mencionamos, a GRC está diretamente relacionada à cibersegurança. Afinal, nesse contexto de intensa vulnerabilidade no ambiente virtual, as ferramentas de Governança, Risco e Compliance ajudam a operação a ser mais organizada, manter e aperfeiçoar seus programas de cibersegurança.

Além disso, é uma área que proporciona mais transparência para os processos e otimiza as atividades em andamento, o que garante que os recursos estejam dentro das normas e regulamentos de segurança da informação e permite o fácil gerenciamento do fluxo constante de transformações no ambiente de TI da empresa.

Esses fatores se tornam indispensáveis, sobretudo, devido ao aumento dos incidentes ligados à falta de segurança na rede, que podem acarretar prejuízos para as organizações, como perdas financeiras, danos à reputação, roubo de informações sigilosas, entre outros.

Portanto, o suporte da cibersegurança, juntamente das políticas de GRC, faz com que os gestores tenham os subsídios adequados para tomar decisões mais acertadas, assim como informações para projetar cenários futuros — principalmente os que apresentam riscos — e manter o negócio alinhado às normas preestabelecidas.

Como você pôde ver, a metodologia GRC é essencial para que uma empresa se mantenha no mercado de maneira ativa e próspera, evitando riscos e prezando pela conformidade com as leis e os padrões. Dessa forma, quando associada à gestão multicloud, ela melhora a segurança e a proteção de dados de toda a organização.

Esperamos que este guia tenha ajudado você a compreender melhor este tema tão importante. Se quiser continuar por dentro do universo digital, baixe o nosso e-book gratuito “Como evitar conflitos entre o direito à privacidade e o uso de inteligência artificial e saiba mais!

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