A nuvem é uma das tecnologias que mais tem se fortalecido nos últimos anos dentro das salas de TI e também nas conversas dos executivos das empresas. Segundo um estudo, 77% das empresas na América Latina planejam adotar a nuvem nos próximos três anos. Um fato que colabora com as previsões do mercado. O Gartner estipula que o setor deverá crescer 17,3% em 2019, totalizando um mercado de US$ 206, 2 bi.
Ainda segundo a pesquisa, a área com maior destaque é a IaaS (Infrastructure as a Service). Espera-se que a modalidade possa alcançar US$ 39,5 bilhões em 2018, um número que representaria pelo menos 27% de crescimento.
Com o crescimento da nuvem no Brasil e no mundo, esse é um assunto que engloba todas as esferas de uma empresa. Sendo assim, necessário o pleno entendimento da capacidade dessa tecnologia, bem como derrubar alguns mitos sobre o assunto.
Tais mitos acabam por impedir a inovação e nos distrair do progresso real, sejam eles sobre os custos envolvidos, segurança ou capacidade de processamento.
Os 10 mitos abaixo foram inspirados no artigo criado pelo Vice-Presidente do Gartner sobre os assuntos que não podem mais ser vistos como verdade.
Utilizar a nuvem realmente pode economizar dinheiro, mas há muitos outros motivos para a migração e um deles seria a agilidade. O levantamento CIO de 2014 do Gartner mostra que a redução de custos é responsável por apenas 14% das razões para o uso da nuvem pública nas organizações. Poupar dinheiro pode ser um dos benefícios, mas não deve ser o único fator para a migração.
Conselho: Não conte com o fato de que você vai economizar dinheiro, a menos que tenha trabalhado duro para analisar a situação honestamente. Utilize o Custo Total de Propriedade (TCO) e outros modelos e avalie em cada caso as implicações de trocar despesas de capital (Capex) para despesas operacionais (Opex). Mas o mais importante: olhe para além das questões puramente financeiras.
Alguns fornecedores praticam o que os especialistas chamam de “cloud washing” – a tendência de chamar de nuvem todo tipo de serviço web, independentemente de onde estejam. “Cloud washing” é uma pequena confusão e por vezes acidental, observa-se também o fato de algumas organizações de TI chamarem muitas coisas de nuvem como parte de seus esforços para obter financiamento ou posicionamento estratégico.
Conselho: Chame os serviços como eles realmente são. Muitos outros recursos (como por exemplo automação, virtualização, etc) podem ser tão bons quanto Computação em Nuvem.
A menos que haja redução de custos, migrar uma aplicação para nuvem sem que haja nenhum ganho na sua empresa pode não ser uma boa opção. O aproveitamento dos recursos em nuvem se torna melhor onde a flexibilidade é vista como valor e onde a empresa pode pagar apenas pelo que é consumido.
Conselho: A nuvem nem sempre pode beneficiar todos os workloads de forma igual. Não tenha medo de propor soluções “não nuvem” quando apropriado.
Quando perguntados sobre a estratégia de nuvem adotada, muitas empresas não apresentavam um padrão e afirmavam que estavam apenas fazendo o que seu CEO queria.
Conselho: A estratégia de nuvem começa por identificar os objetivos do negócio e mapear seus potenciais benefícios ao mesmo tempo que reduz potenciais inconvenientes. A nuvem deve ser pensada como um meio para um fim e este fim deve ser especificado em primeiro lugar.
Cloud computing não é uma ‘coisa’. Por isso, uma estratégia de nuvem tem de ser baseada nesta realidade.
Conselho: A estratégia adotada deve se basear no alinhamento dos objetivos do negócio a potenciais benefícios. Ela faz sentido para a empresa se o uso de uma estrutura de decisão permite e espera respostas a partir de opções múltiplas.
Seguindo nossa série sobre mitos da Computação em Nuvem, apresentamos os próximos cinco pontos apontados pelo vice presidente do Gartner Group, David Mitchell Smith.
A computação em nuvem não é tudo ou nada. Ela está sendo – e deve ser – adotada em etapas e em casos específicos. Já existem muitos workloads missão crítica rodando em nuvem.
Conselho: Missão crítica pode significar diferentes situações. Isso pode significar que sistemas complexos e certas abordagens podem facilitar a migração para a nuvem. Soluções híbridas também podem desempenhar um papel fundamental.
A maioria das decisões de nuvem não são (e não deveriam ser) desligar todos os data centers e migrar tudo para a nuvem. Em geral, a terceirização, modernização e estratégias de data centers estão relacionadas, porém podem não ter relação com a nuvem.
Conselho: Olhe para as decisões de nuvem baseadas em qual serviço terá ganhos rápidos e reais ao invés de acreditar na definição de que nuvem é tudo ou nada.
A Computação em Nuvem tem atributos e características únicas. Porém muitas migrações para a nuvem às vezes não exploram todo o potencial desse modelo, fazendo apenas uma “nova hospedagem” ou criando ambientes sem escalabilidade e elasticidade. Muitas aplicações antigas ou proprietárias não conseguem integrar ou extrair todos os benefícios da nuvem, como por exemplo a auto-escala, balanceamento de carga, PaaS, entre outros.
Conselho: Distinguir entre aplicativos hospedados em nuvem de serviços em nuvem. Há alguns benefícios em migrar para a nuvem, porém entender o que vai ser migrado e o por que vai ser migrado, são atributos relevantes da estratégia de cloud computing.
A virtualização é utilizada comumente para viabilizar a computação em nuvem, porém não é o único modo de implementá-la e acaba por não ser necessário em alguns casos.
Conselho: Utilize o termo certo para o que você está construindo. Você não precisa estar na nuvem para ser bom, nem tudo precisa ir para a nuvem.
A nuvem é uma tecnologia com potencial transformador. Seu core baseado em flexibilidade e escalabilidade permite que empresas dos mais diversos setores e tamanhos tenham nela uma ferramenta para otimizar dados e processos, elevando a inteligência do dia a dia e o tempo de resposta com atividades cotidianas.
Toda inovação é um avanço bem-vindo para o mercado. No entanto, mais do que em qualquer outro momento entender as necessidades e objetivos de uma empresa será essencial para utilizar a nuvem em todo o seu potencial e trilhar o início de um caminho rumo à modernidade.
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